Fenômeno Doca chega fácil ao oitavo mandato
Veterano diz que até hoje não sabe de onde vêm os votos
Roberta de Sá
Maior fenômeno da história de Jundiaí nas urnas, o vereador Antônio Carlos Pereira Neto (PP), o Doca, emplaca sua oitava eleição — com ele, o BOM DIA abre hoje a série sobre os 16 vereadores eleitos domingo. Aos 72 anos, Doca recebeu 3.337 votos, o quarto mais votado.
Doca, que se considera um “liquidificador”, por não lembrar mais muitas datas, ocupou uma cadeira no Legislativo pela primeira vez em 1968, pelo MDB.
De lá para cá, deixou a Câmara apenas duas vezes. Uma quando se lançou vice-prefeito e deu um tempo após a derrota e a outra em 2005, quando assumiu a secretaria de Agricultura e Abastecimento.
Em 32 anos no Legislativo não coleciona projetos. Isso até lhe rendeu críticas por parte da ONG Voto Consciente, que deu nota 2,8 para sua atuação em um ranking de 0 a 10 ano passado. “Mas não me importo. Tenho minha forma de atuar”, explica.
Ele diz que faz a ponte Legislativo/Executivo e ajuda a população a resolver o seus problemas. “Mas não sou assistencialista. Sou humanista. O povo me procura e eu ajudo”, afirma, sem saber explicar de onde vem seus votos.
Em toda sua história, ele acha que fez dois grandes projetos. O primeiro exigiu a colocação de areias em vasos nos cemitérios e o outro, previu o uso de crachás por funcionários de supermercados.
Doca, que começou na oposição, é hoje uma das bases fortes da situação. De poucas palavras, ele manda seu recado: “No passado, eu era mais orador. Agora sou mais calmo.”
Nesta próxima legislatura, ele pretende manter a atuação e quem sabe ser o presidente da Casa, novamente, repetindo o que ocorreu em 1995.
Tarcísio diz que ninguém atende o eleitor igual
O advogado Tarcísio Germano de Lemos, que foi vereador por 30 anos e dividiu as cadeiras do Legislativo com Doca, diz que o diferencial do “fenômeno” é a forma como trabalha.
“Ele é modesto e, embora não seja um orador fluente, não há vereador igual ao que se refere ao atendimento ao eleitorado”, diz.
Tarcísio lembra que ele mesmo buscou ajuda de Doca e teve um bom retorno, fato que o levou a fazer parte de seu eleitorado. “Volta e meia ele me procura para ajudar pessoas que não podem pagar advogado. Daí vêm seus votos. Ele trabalha mais fora do plenário”, fala.
O companheiro de partido e diretor administrativo da Câmara, Jorge Haddad, também o vê como uma pessoa conciliadora. “Ele continua sendo o mesmo desde o início, ou seja, atendendo a todos indistintamente.”
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