sexta-feira, 23 de julho de 2010

Dilma minimiza mensalão e acusa PSDB de usar dossiê para abalar sua candidatuta

Em sabatina, candidata do PT defende José Dirceu, mas nega participação de ex-ministro em um eventual governo

A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, procurou minimizar o escândalo do mensalão e culpou a oposição de tentar abalar sua candidatura com o suposto dossiê contra o PSDB.

Em sabatina do portal R7 nesta quinta-feira, a ex-ministra do governo Lula defendeu petistas acusados de envolvimento em casos de corrupção como Antonio Palocci, absolvido pelo Supremo Tribunal Federal pela quebra do sigilo do caseiro Francenildo Santos Costa, e José Dirceu, réu no processo do mensalão.

“É uma precipitação dizer que ele [Dirceu] fez isso ou aquilo. Nós vivemos em um país democrático. Desde a Revolução Francesa, quem prova é acusação. Não é a pessoa acusada que prova a sua inocência. Eu tenho grande respeito por ele, mas não está no cerne do meu governo. Ele é militante do PT e terá sempre o seu lugar dentro do PT e acatarei porque eu respeito o PT”, afirmou.

Sobre Palocci, um dos principais coordenadores da sua campanha, o tom foi menos crítico. “Não vou responder [se ele vai ter participação no meu governo] porque já teve gente que se sentou na cadeira antes e perdeu a eleição”.

Para Dilma, a acusação que o governo pagava mesada aos deputados da base aliada em troca de apoio não foi provada. “É lamentável as práticas incorretas que aconteceram naquilo, que algumas pessoas chamaram erradamente como mensalão. Não se pode condenar por antecipação”, disse.

Sem entrar em detalhes, a candidata defendeu a apuração da quebra do sigilo fiscal do vice-presidente nacional do PSDB, Eduardo Jorge. Os dados estariam sendo levantados pelo setor inteligência da campanha de Dilma para montagem de um dossiê contra Serra. Ela nega.

“Todo vazamento tem de ser investigado. Eu vejo nisso uma tentativa de abalar minha candidatura”, respondeu, em alusão à oposição.

Dilma também defendeu as polêmicas alianças do PT, entre elas com o ex-presidente Fernando Collor de Melo. “Eu tenho clareza que nós do PT não podemos governar sozinhos. O nosso projeto implica numa visão de Brasil e projeto para o Brasil. Construímos uma nova era de prosperidade para o Brasil. Eles são abertos a nos apoiar, mas nos nossos termos.”

Ao ser perguntada sobre as qualidades de José Serra (PSDB), Dilma hesitou, mas acabou falando. . “Eu acho que que ao longo de sua vida na vida pública ele foi uma pessoa bem intencionada”.

Ela voltou a reafirmar ser contra o aborto e a descriminalização das drogas e disse que a união civil entre pessoas do mesmo sexo deveria ser legalizada.

Em pelo menos três momentos cutucou o PSDB. Primeiro ao defender seu vice, o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP). “Escolhi um vice que tem todas as condições de assumir a Presidência da República sem causar qualquer problema ao País”.

Em seguida, afirmou que tem uma carteira para mostrar que o governo Lula fez mais que os tucanos. Por final, defendeu a abertura da Copa do Mundo em Sâo Paulo, Estado governo pelo PSDB. “É um absurdo que São Paulo, um dos maiores mercados consumidores do mundo, fique de fora da abertura”, completou.

Fernando Zanelato
Agência BOM DIA

fonte: BOM DIA, publicado em 22/07/10

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