quinta-feira, 26 de março de 2009

Miguel chama base no Paço

CÂMARA

26/3/2009

RUI CARLOS Orlato (PT) entre Tico e Val, na Câmara

Orlato (PT) entre Tico e Val, na Câmara

O prefeito de Jundiaí, Miguel Haddad (PSDB), convocou os vereadores da sua base de sustentação para uma reunião de emergência, ontem, no Paço Municipal. Na pauta, o rescaldo da discussão sobre projeto de lei complementar para suspender novas obras de grande porte na cidade até a discussão do novo Plano Diretor, em janeiro do ano que vem.

O debate em torno da proposta do vereador petista Durval Orlato foi apoiada pelos legisladores situacionistas na sessão ordinária da última terça-feira, o que arruinou a relação entre Executivo e Legislativo.

O encontro fechado parece ter surtido efeito. Os parlamentares da linha de frente do time aliado já alinham discursos mais brandos que os disparados em Plenário, anteontem. "O Executivo está fazendo o papel dele, que é tentar mostrar o que está errado no projeto. Não da forma como alguns se pronunciaram antes", afirmou o vereador Júlio César de Oliveira, o Julião (PSDB). "É argumentação, não pressão", disse, ao definir a reunião.

O presidente da Câmara, José Galvão Braga Campos, o Tico (PSDB), definiu o encontro como "ótimo". "Nada melhor que conversar após uma noite de sono para resolver a situação criada. O diálogo é o melhor caminho."

A primeira rebeldia dos situacionistas do Legislativo antes do quarto mês de mandato tucano, no entanto, já acendeu o sinal amarelo para o prefeito quando o assunto é articulação entre os poderes. A reação mostra que a nova legislatura não deve se dobrar tão facilmente a pressões em votações. "Essa Câmara está bastante atuante, somos independentes. Eu, por exemplo, não me curvo e nunca me curvei. Não trabalho sob pressão", avisou Julião.

O secretário de Assuntos Parlamentares, Oraci Gotardo, não participou da reunião entre Miguel e os vereadores, mas ressalta que o prefeito "deixou os vereadores à vontade" para cada um apresentar a própria opinião. "Conversei muito com eles (vereadores) na segunda-feira e na reunião antes da sessão. Uns estavam indecisos, outros não tinham opinião formada."

Entenda - O projeto que suspenderia temporariamente as construções de conjuntos, condomínios e vilas que ultrapassem 4 mil m² (horizontais), 3 mil m² (verticais) e construções comerciais e industriais que ultrapassem 2 mil m² na cidade foi colocado em discussão na Câmara, na última terça-feira.

A suspensão das construções iria até a votação de uma nova edição do Plano Diretor, que tem limite até janeiro de 2010 para ser enviado da Prefeitura ao Legislativo. Durante este período, a Câmara deveria autorizar cada projeto específico, exigindo estudos de impacto de vizinhança, impacto no trânsito, ambiental, plano de investimento e contrapartida e até projetos de engenharia da edificação.

Caso aprovada a proposta, entendem membros do Executivo, o crescimento de Jundiaí ficaria 'engessado' e 'obstruído'. A maioria da base aliada, no entanto, se manifestou a favor da iniciativa do parlamentar de oposição.


THIAGO GODINHO

fonte: JJ

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