sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Voto Consciente realiza novo balanço

Alberto e Patrícia,
voluntários da ONG: ideia
é aproximar o povo

ALEXANDRE MARTINS
O Movimento Voto Consciente elaborou um novo balanço sobre os trabalhos dos vereadores de Jundiaí. Os projetos apresentados e aprovados no ano passado foram analisados pelos membros da ONG, com base em informações do site Transparência Brasil.

Os parlamentares procurados pela reportagem criticaram a metodologia utilizada e destacaram que a rotina do vereador, no gabinete e nas ruas, é que deve ser avaliada. A ONG elencou os projetos apresentados em 2009, num total de 480 itens. Destes, segundo avaliaram, 42,5% são 'irrelevantes'.

"Entre os relevantes, colocamos os projetos de interesse geral para a população; já entre os irrelevantes estão projetos ilegais e inconstitucionais, além de outros com menor importância, como os que tratam de denominação, datas comemorativas ou homenagens", explicou o coordenador do grupo que acompanha as sessões ordinárias, Alberto Matenhauer Urbinatti.

Um balanço maior e mais completo deverá ser divulgado em duas semanas. "Aí apresentaremos informações sobre a presença dos vereadores na sessão, além de dados que alguns deles nos passaram sobre a atuação em 2009." O critério utilizado é diferente do estabelecido para um ranking feito com base em dados de 2007 e que deu notas a cada vereador.

Urbinatti ainda destacou os pontos positivos e negativos avaliados pela equipe no ano passado. "A falta de discussão sobre o Programa de Metas Legislativas e as suspensões frequentes da sessão para debate de temas, o que poderia ocorrer em outro horário, são pontos negativos", afirma a voluntária Patrícia Anette Gonçalves.

Entre os positivos, a ONG elenca a resposta de ofícios por parte de alguns vereadores, a participação no Comitê Cidade Democrática e o esforço de comissões permanentes e outras criadas para a discussão de determinados temas, como a questão animal.

O objetivo do trabalho, de acordo com os voluntários, é aproximar o cidadão da Câmara e promover uma reflexão por parte dos parlamentares. "Queremos levar a notícia da Câmara para fora e quem sabe trazer o eleitor para dentro."

Números - No balanço, Ana Tonelli (PMDB) aparece com 24 projetos apresentados, dos quais 12 foram aprovados. Segundo análise da ONG, 83,3% dos itens aprovados de autoria da peemedebista são 'irrelevantes'. "Minha consciência está tranquila. Fico 10, 12 horas na Câmara. Ser vereador não se resume a apresentar projetos. Falta embasamento ao trabalho. Quem tem de me avaliar são as urnas", disse a vereadora, que está na Casa há 27 anos.

Antônio Carlos Pereira Neto (PP), o Doca, há 30 anos vereador, teve 100% dos projetos aprovados considerados irrelevantes. "É um direito deles, mas é o povo quem nos analisa. Presto um relevante serviço à comunidade." Gustavo Martinelli (PSDB) teve bom rendimento: apenas 27,2% dos seus projetos aprovados foram considerados irrelevantes. "Fico contente, mas acredito que é o povo quem deve avaliar. Vereador não está só na sessão. Trabalhamos de segunda a segunda."

O presidente da Casa de Leis, o tucano José Galvão Braga Campos, o Tico, afirmou que não teria como avaliar "algo que não existe". "Este movimento não tem critério, nem personalidade jurídica. Não dá para se nivelar a algo que não existe. Eles não deveriam expor as pessoas." Tico acredita que o trabalho do movimento tem origem política. "Nunca deixei de receber nenhuma entidade que me pediu uma reunião. A gente trabalha sério."

ROBERTA BORGES

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