Domingo, 30 de agosto de 2009 07:28
Jundiaí revê planos para as bicicletas
José Arnaldo de Oliveira
Agência BOM DIA
As obras estão no começo. A reforma da avenida 9 de Julho, com uma ciclovia elevada junto ao córrego do Mato, e o ajardinamento do entorno do prédio da Prefeitura de Jundiaí, preparando uma ciclovia entre o Jardim Botânico e o Parque da Cidade, sinalizam novidades.
Para o secretário de Planejamento e Meio Ambiente, Jaderson Spina, é parte de uma mudança na forma de como Jundiaí vai tratar as bicicletas no futuro. “Também estamos estudando uma outra ciclovia a partir da Ponte Campinas, usando terrenos públicos até a pista de skate do Sororoca e continuando até o viaduto da Ponte São João, passando por dentro das áreas das antigas oficinas da Companhia Paulista”, afirma.
O projeto do polêmico túnel sob a ferrovia, na Vila Graff, que está em fase de análises, já contempla a passagem dessa ciclovia.
Meio ambiente
Praticante eventual de ciclismo, o secretário está revendo os conceitos de que a topografia da cidade não atendia essa atividade. “Temos visto um aumento de interesse no assunto. E contamos com exemplos bem sucedidos, como em Sorocaba”, afirma.
Além do transporte saudável e não-poluente, a bicicleta pode conservar áreas verdes. “O plano envolve também um parque linear na faixa ao lado da ferrovia, oscilando até a Agapeama, na divisa com Várzea.”
Na direção oposta, ele quer pelo menos deixar planejado outro parque linear ao lado do rio Jundiaí, desde a Vila Hortolândia até a divisa com Itupeva.
Para o prefeito Miguel Haddad (PSDB), as margens do rio Guapeva entre a Ponte Torta e a rua Prudente de Moraes também podem ganhar conservação. “A maior parte já é área pública”, afirma. Essa faixa estaria bem próxima ao eixo central
das ciclovias.
Integração
Os planos em estudo na prefeitura formam uma intervenção de porte inédito nesse tema. As ciclovias já existentes ligam o Aeroporto ao Eloy Chaves, na zona Oeste, ou acompanham o canteiro central da avenida dos Imigrantes, na Leste.
A remodelação da avenida do córrego da Colônia, também na zona Leste, inclui ciclovia em seu projeto.
Os participantes da Bicicletada Jundiaí, realizada neste sábado, acreditam que o plano deve prever bicicletários nos terminais de ônibus. “Integrar a mobilidade é essencial”, afirmam Luiz e Victor.
Aumento da frota motiva ciclistas
O crescimento da frota de automóveis, tornando perigoso o uso da bicicleta e ao mesmo tempo colocando o veículo como alternativa de transporte, é o argumento dos defensores das ciclovias.
Dono de diversas medalhas e técnico de equipes de ciclismo de Jundiaí, Israel Bernardi é outro veterano defensor de políticas
de estímulo para o uso de bicicletas. “A nova geração é mais preocupada com meio ambiente, saúde, e esse é o veículo mais
adequado.”
Para Wagner Ienne, dos Megabikers, a mudança é histórica. “Estamos há 18 anos nesse trabalho, temos passeios em diversos dias da semana. Conseguimos mais de mil assinaturas antes, um dos resultados foi a ciclovia no Eloy Chaves. Agora parece que existe mais sensibilidade ao tema.”
Ele acha que ligações como entre Morada das Vinhas e Jardim Botânico poderiam popularizar o plano.
Simpatizante das bicicletadas, que tiveram uma forte manifestação em Jundiaí no final de maio, o jovem Luiz Ballas vê um longo caminho pela frente. “O movimento divulga que cidades não podem ter prioridade nos carros, mas nos ciclistas, pedestres e no transporte coletivo.”
Todos citam que o mundo já tem campanhas por um dia mensal sem carro.
fonte: BOMDIA
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