sexta-feira, 5 de junho de 2009

Projeto de Parque do Japi gera discussão

Prefeitura planeja cercar uma área de 5 milhões de m² na região do aeroporto

Julianna Granjeia
Agência BOM DIA

O projeto do Parque do Japi, em torno da serra, não está pronto, mas já é motivo de desconfiança dos ambientalistas. A intenção da prefeitura é cercar, em parceria com o governo do Estado, uma área de 5 milhões de m² na região do aeroporto de Jundiaí.

O projeto original, feito pelo ex-prefeito Ary Fossen (PSDB), previa, entre outras coisas, ciclovias, pistas de kart, off-road e motocross, sambódromo, uma escola municipal voltada para o meio ambiente e unidade de saúde para medicina alternativa.

A especialista em controle e gestão ambiental Ana Soraya Sechin, que atua na prefeitura de São Paulo, afirma que um projeto de grande porte como esse precisa de um estudo de impacto de vizinhança.

“É fundamento que seja feito esse estudo e que a população participe da discussão dele. É um local importante, o oxigênio da região. Precisa saber, por exemplo, o impacto desse parque no sistema viário e que tipo de conseqüência isso terá na Serra do Japi.”

No mês passado, o prefeito Miguel Haddad (PSDB) se reuniu com o secretário-adjunto de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Antonio Júlio de Queiroz, e anunciou que será montada uma comissão para elaborar um novo projeto.

O professor doutor da Unicamp, João Vasconcellos Neto, afirma que será preciso uma discussão ampla sobre o projeto do parque. “Eu não conheço o projeto. Mas aquele local é um cinturão de transição. Não é compatível com uma pista de motocross. O município pode ser penalizado a longo prazo”, diz.

Segundo João, a região onde se pretende fazer o parque é ideal para o incentivo ao ecoturismo. “O ecoturismo é um negócio sustentável. Estamos entre duas regiões metropolitanas e próximos de três aeroportos. Com certeza iria atrair turistas do mundo inteiro.”

O professor, está editando o livro “Novos olhares” sobre a Serra do Japi, ressalta que o primeiro projeto anunciado pela prefeitura apenas agregaria valor ecológico aos produtos, no caso os condomínios. “Esse parque vai favorecer muito mais a especulação imobiliária do que preservar a Serra. Além de prejudicar a biodiversidade da parte baixa da Serra.”

Um comentário:

Dê sua opinião, ela é importante!