quarta-feira, 13 de maio de 2009

Pressão de empresários "derruba" projeto antifila

CÂMARA

13/5/2009

A pressão de empresários de cinco supermercados da cidade tende a derrubar projeto de lei, aprovado recentemente na Câmara de Jundiaí, com a intenção de exigir dos estabelecimentos limite de tempo para atendimento nos caixas. A proposta depende de sanção do Executivo para virar lei.

Representantes das redes Superbom, Elias, Paulistão, Coopercica e Russi estiveram, ontem pela manhã, no Legislativo em reunião com os vereadores para cobrar uma posição contrária à da maioria dos parlamentares na sessão do último dia 28 de abril. Nesta data, a Câmara aprovou a proposta antifila, que partiu do legislador Gustavo Martinelli (PSDB). "Não foi um projeto bem pensado. Ele é um vereador jovem e teria de ter pensado nos dois lados da questão", afirmou o diretor-presidente da Coopercica, Orlando Marciano.

Ele afirmou que ficou sabendo da iniciativa de Martinelli por meio da imprensa e não acreditava que ela fosse prosperar. "Estão jogando uma responsabilidade aos supermercados que é cultural no brasileiro: deixar tudo para a última hora. Não há como controlar filas em vésperas de feriado, por exemplo", afirmou. Marciano ressaltou, também, que a "medida direcionada às grandes redes" pode afetar o trabalho dos supermercados menores da cidade.

Para a advogada da rede Russi, a ideia só aumenta a dificuldade de atuação do comércio. "Não é função da empresa cronometrar o atendimento como se fosse uma linha de produção", comparou. "É difícil e pode gerar perda de qualidade no atendimento."

O subgerente do Paulistão, Fernando Freitas, alegou que os supermercados sofrem muitos empecilhos operacionais que contribuem com as filas. "O sistema de links sempre cai e isso prejudica também", alegou.

Informação privilegiada? - Antes e depois da reunião com os vereadores, os representantes das empresas garantiram que o projeto já havia recebido veto do prefeito Miguel Haddad (PSDB). "Estamos aqui para que os vereadores mantenham esse veto em sessão futura", destacou Marciano.

No entanto, o JJ Regional apurou que ainda não há nenhum parecer oficial da Prefeitura em relação à proposta de Martinelli. "Temos até o dia 20 para emitir a posição do Executivo, o que ainda não foi feito", enfatizou o secretário de Assuntos Parlamentares, que também participou da reunião na Câmara.

O presidente do Legislativo, José Galvão Braga Campos, o Tico (PSDB), assumiu, por sua vez, que o veto deve acontecer, assim como sua posterior manutenção no Legislativo. "Essa é a tendência."

Mesmo visivelmente contrariado, o autor do projeto já dá como certa a ´derrubada´ da sua proposta. Ele não soube explicar qual será sua posição em Plenário em caso de análise do veto. "Me sensibilizei com algumas ideias dos supermercadistas e posso incorporar sugestões em projeto de lei complementar", propôs. O ´novo projeto´, segundo a reportagem apurou, pode passar a exigir porcentagem entre 50 e 70% de caixas abertos.

Votação - No dia da aprovação do item na Câmara, quase todos os parlamentares elogiaram a iniciativa do tucano. Paulo Sérgio Martins (PV) foi o único que votou contra a intenção para determinar tempo máximo de espera nas filas entre 5 e 20 minutos - dependendo do número de caixas disponíveis em cada supermercado. "Vou fazer o papel de advogado do diabo aqui, mas receio que pode dar problema quando colocado em prática", justificou à época.


THIAGO GODINHO

fonte: JJ

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