quarta-feira, 6 de maio de 2009

Contratação será por concurso

AGENTES COMUNITÁRIOS

6/5/2009

MATEUS VIEIRA Dúvidas sobre melhor forma de contratação alimentou polêmica mesmo após votação de projeto de lei

Dúvidas sobre melhor forma de contratação alimentou polêmica mesmo após votação de projeto de lei

Cerca de dois meses, várias sessões extraordinárias convocadas, reuniões e discursos contraditórios. Após causar a maior polêmica deste mandato, a contratação de agentes comunitários de saúde foi finalmente aprovada ontem pela Câmara de Jundiaí. A admissão dos funcionários será feita por concurso público, ou seja, manterá praticamente as mesmas características da proposta inicial apresentada pelo Executivo.

Mesmo com todo o tempo de discussão, os advogados da Câmara e Prefeitura não concordaram. Uma reunião de quase duas horas com a Consultoria Jurídica da Casa, vereadores aliados e o secretário de Assuntos Parlamentares, Oraci Gotardo, selou o acordo.

A polêmica continuou em Plenário, até mesmo após a votação do projeto. "Pode até existir muita dúvida nas nossas cabeças, inclusive na minha, já que é uma matéria muito técnica", confessou o presidente do Legislativo, José Galvão Braga Campos, o Tico (PSDB). "Mas, estamos sem o serviço e a cidade está sendo prejudicada", justificou o tucano.

Já o oposicionista Durval Orlato (PT) citou cidades de São Paulo que implantaram com sucesso a contratação via processo seletivo. "Fazendo dessa forma, dá para voltar atrás depois. Com o concurso público, não", avisou. "Apelo para que mantenham a coerência. Não é uma questão de situação ou oposição."

'Achei errado' - Em entrevista por telefone, Sandra Regina Gomes da Silva, que trabalhou como agente de saúde por sete anos no bairro Morada das Vinhas, não concordou com o método de contratação escolhido. "A gente tem que ter vínculo com a família e, para isso, morar há pelo menos dois anos no bairro", explicou. "O concurso público não vai abranger isso."

Sandra recebia R$ 485 por mês pelo serviço e afirmou que ainda ajuda as famílias mesmo depois do horário estipulado. Ela disse que não sabe se prestará o concurso. "Sinceramente, fiquei desanimada."

Imbróglio - Anteriormente, a Prefeitura definiu que a contratação dos cargos para atuação no Programa Saúde da Família (PSF) seria feita por meio de concurso público, cujo edital até já havia sido publicado na Imprensa Oficial do Município. A maioria dos legisladores, porém, havia sugerido que as 150 vagas fossem criadas através de processo seletivo público. Com isso, os agentes trabalhariam em regime de CLT (carteira de trabalho), evitando-se a contratação de pessoas 'sem vocação' para a função.

O processo seletivo, segundo vereadores e advogados da Câmara, aprovaria os melhores e não criaria o vínculo de estabilidade com a Prefeitura, caso aconteça futura suspensão do programa na cidade. A necessidade da contratação de agentes surgiu após encerramento de contrato temporário dos 126 funcionários antigos, que terminou no dia 30 de março e não poderia mais ser renovado. Os agentes atuvam em 19 postos de UBS (Unidade Básica de Saúde).


THIAGO GODINHO
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fonte: JJ

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