domingo, 13 de setembro de 2009

Política e futebol caminham juntos

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13/9/2009

VALTER TOZETTO JR. Wanderley Pires:

Wanderley Pires: "Se não fosse vereador, não teria obtido dinheiro para ajudar o clube"

Política e futebol caminham juntos em Jundiaí. Prova disso é o histórico de ex-presidentes do Paulista Futebol Clube, entidade centenária e principal agremiação esportiva do município. Dos 26 nomes que já ocuparam a presidência do clube - mesmo que apenas por alguns meses -, oito tiveram ligação com a política, exercendo cargos eletivos em esfera municipal, estadual ou nacional; atuando como membros do alto escalão no poder público; ou simplesmente concorrendo nas eleições municipais.

O atual presidente, Eduardo dos Santos Palhares, é superintendente da Fumas (Fundação Municipal de Ação Social). Ele está há 11 anos à frente do Paulista e há 17 anos atua na política jundiaiense, tendo ocupado diversos cargos no alto escalão da Prefeitura de Jundiaí. "Entrei no futebol porque sugeri que a Parmalat, que era representada por mim na época em Jundiaí, assumisse o time", lembra Palhares. "Na minha opinião, política e futebol não caminham juntos e ser presidente do time não me ajuda na vida política."

De acordo com o presidente do Paulista, o acúmulo das duas funções - dirigente esportivo e administrador público - tem um lado negativo. "As pessoas tentam confundir resultados negativos de jogos com a posição de administrador, porém, tanto no Paulista, nas minhas empresas e também na vida pública sempre fomos pautados pelo sucesso e meta de atingir objetivos administrativamente."

Legislativo e Executivo - "A Câmara sempre foi um lugar de pessoas que gostam de esporte e têm prazer de discutir essa questão, mas não se pode fazer uma relação entre política e esporte", afirma Djair Bocanella, que trabalha há 34 anos na Câmara e há 31 anos é membro de conselho ou diretoria do Paulista. "A política partidária é uma e a política clubista é outra completamente diferente. Se houvesse relação, teríamos a eleição de nomes que tiveram êxito no Paulista e não conseguiram bom desempenho nas urnas", diz Bocanella.

Três casos ilustram a situação exposta por ele. Íbis Cruz foi prefeito entre 1973 e 1977 e ocupou a presidência do Paulista em 1978. "O fato de ser presidente do Paulista não trouxe nada de mau, nada de bom. Acho que não há relação nenhuma", diz o ex-prefeito.
Jayro Maltoni, que foi vereador, deputado estadual e deputado federal entre os anos 70 e 80, destacou as vantagens e pontos negativos. "Havia maior exposição na imprensa por ser o presidente, mas o ruim é que todo cidadão que ocupa um cargo desses vai ser criticado por uma ou outra ação", afirma Maltoni, que presidiu o clube na década de 1970.

Wanderley Pires foi presidente do clube jundiaiense entre 1966 e 1977 e vereador de 1964 a 1969. "Se não fosse vereador, não teria conseguido o dinheiro necessário para regularizar o salário dos jogadores do Paulista quando o clube conseguiu o acesso invicto à Primeira Divisão", diz Pires. Ele conta que houve apoio do Executivo com repasse financeiro.

Nenhum deles se reelegeu na vida política depois de comandar o Paulista. Pires, por sinal, estava à frente do clube num dos momentos mais importantes da história do Paulista. "Se o acesso à primeira divisão tivesse sido depois das eleições em 1968, talvez tivesse sido diferente o resultado nas urnas", avalia Pires. Naquele ano, segundo ele, o pleito municipal ocorreu no dia 15 de novembro, e o time conseguiu o acesso no dia 6 de dezembro.

ELTON FERNANDES
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