segunda-feira, 8 de junho de 2009

Secretário com o pé na sala de aula

ATUAÇÃO IN LOCO

7/6/2009

RUI CARLOS Francisco Carbonari afirma que sempre quis atuar à frente da Educação: participação efetiva nas escolas

Francisco Carbonari afirma que sempre quis atuar à frente da Educação: participação efetiva nas escolas

Filósofo e professor, o secretário de Educação de Jundiaí, Francisco Carbonari, atuou por vários anos na pasta de Planejamento e Meio Ambiente da cidade. Este ano, indicado para sua área de origem, realizou um sonho. "Em vários momentos da minha vida eu quis ser secretário de Educação", revelou em entrevista exclusiva ao JJ Regional. Na pasta, Carbonari já começou a implantar o seu próprio estilo de trabalho: foco nas visitas às escolas, com menos atuação burocrática. Assim, relata, consegue diagnosticar problemas e, melhor, descobre as ações positivas ´in loco´. Confira entrevista:

JJ Regional: Qual a principal característica da atual secretaria de Educação?
Francisco Carbonari: Nós temos uma estrutura na secretaria e determinamos um foco: o aluno na sala de aula aprendendo. Tudo que nós fazemos é contribuir para dar condições aos professores para que o aluno aprenda mais. O que caminhar para isso é bom. O que não caminhar para isso, não é bom. Todas as outras coisas são secundárias. Por isso, acho muito importante as minhas visitas às escolas, dois períodos por semana. Uma coisa é eu saber que existe uma goteira em uma escola e mandar consertar. Outra é ir até lá e olhar a água pingando e o estrago feito.

JJ: No que, primordialmente, essas visitas ajudam no seu trabalho?
Carbonari: Essas visitas têm me ajudado muito porque a escola hoje sofre uma crítica muito grande com relação à qualidade de ensino que ela ministra. Muitas são verdadeiras e nós não podemos esconder. Mas, a gente não pode ter a ideia de que tudo o que acontece na escola é ruim. Nas minhas visitas eu digo às diretoras: "Não me conte os problemas que você tem, porque há outros meios para isso se encaminhar. Me conte as coisas boas que vocês fazem aqui". E eu tenho ficado surpreso com a quantidade de projetos maravilhosos que encontro nas escolas. Hoje, graças a Deus, a sociedade não está pedindo somente uma vaga na escola, mas os pais querem saber o tipo de ensino que o filho recebe.

JJ: Quais são as metas da Educação para este ano?
Carbonari: Estabelecemos algumas prioridades. Queremos definir habilidades, competências e conteúdos a serem desenvolvidos em todas as séries do nosso ensino (matriz curricular estrutural). Nosso esforço é para definir isso conjuntamente, para que todos se apropriem das propostas. Uma forma de trabalhar isso é adotar material didático para toda a rede, a partir do ano que vem. É preciso capacitar o professor para a matriz curricular e para o material desenvolvidos, além de mapear os problemas de aprendizagem existentes na rede.

JJ: Como é feito o trabalho de inclusão nas escolas?
Carbonari: Pela diversidade que a sociedade tem e por vários problemas, existem alunos com dificuldades de aprendizagem. Essas dificuldades são de vários níveis. Desde alunos com limitações muito claras, patologias definidas, até o grupo de alunos que, aparentemente, não tem nenhuma patologia, mas também tem dificuldade de aprender. A estes alunos, nós estamos dando uma atenção especial para tentar diagnosticar se há algum problema ou se o problema é pedagógico.

JJ: Qual o maior gargalo da rede municipal de ensino?
Carbonari: O nosso grande gargalo é a alfabetização. Quando se resolve o problema da alfabatização há condições para o aluno caminhar sozinho. Sem isso, a gente só está empurrando o problema para frente. Para cada caso, estabelecemos um diagnóstico e ações. No ano que vem, vamos implantar o "auxiliar de classe" para ajudar na alfabetização em todas as classes que tivermos problemas.

JJ: A Secretaria de Educação já incorporou as de Cultura e Esportes, na chamada ´supersecretaria´ do ex-secretário Oswaldo Fernandes. Qual sua opinião sobre isso?
Carbonari: Depende da estrutura que você monta. O grande problema é o foco. Quando você tem uma diversidade muito grande de abrangências, fica difícil de focar. Hoje, o principal problema de uma gestão é focar.

JJ: Mesmo quando atuava em Planejamento e Meio Ambiente, tinha o sonho de atuar na Educação?
Carbonari: Quando fui convidado, fiquei muito contente. Porque foi um grande desafio. E vou dizer para você: em vários momentos da minha vida eu quis ser secretário de Educação. Talvez esse seja o melhor momento porque eu talvez esteja mais maduro.

JJ: Qual a marca que o senhor quer deixar nessa gestão?
Carbonari: Nenhuma criança na escola sem estar alfabetizada. Essa é a marca. Também, ter um projeto definido desde a creche até a quarta-série.

THIAGO GODINHO

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fonte: JJ

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