domingo, 14 de junho de 2009

A proposta é erradicar as favelas

HABITAÇÃO

14/6/2009

RUI CARLOS Há 11 anos na administração pública, Eduardo Palhares comandou a DAE por quatro anos e queria continuar no cargo

Há 11 anos na administração pública, Eduardo Palhares comandou a DAE por quatro anos e queria continuar no cargo

O empresário Eduardo dos Santos Palhares foi convidado a assumir a Fundação Municipal de Ação Social (Fumas) em 1998, na primeira administração do atual prefeito, Miguel Haddad (PSDB). "A Fumas era o patinho feio da história. Ninguém queria ser nada aqui", recorda.

Nos anos de 2005 e 2006, quando Ary Fossen passou a administrar a cidade, ele acumulou à função a superintendência da DAE. Nos dois anos seguintes, ficou apenas na empresa responsável pelos serviços de saneamento básico em Jundiaí. Este ano, retornou, contra sua vontade, à fundação, criada há 30 anos. "Meu sonho era ficar na DAE e terminar o trabalho que iniciei", confessa. A meta de Palhares, agora, é erradicar as favelas do município. "Somos o órgão com mais agilidade na Prefeitura."

JJ Regional: Como está estruturada a Fumas hoje?
Palhares: A fundação, que tem papel de secretaria, é muito enxuta e produtiva. Vim para a Fumas em janeiro de 1998 e fiz uma proposta para o Miguel (Haddad, prefeito) de erradicação dos núcleos de submoradia. Naquele instante, algumas pessoas próximas ao governo chegaram a dar risada e disseram que eu estava chegando ao poder público agora e que isso é uma coisa muito difícil de acontecer. Eu disse que não podemos pensar nestas pessoas vivendo em submoradia. São necessárias segurança e dignidade para humanizar mais esta cidade, e a urbanização dá condições para isso.

O que mudou desde então?
A nossa sede era acanhada, perto da avenida 9 de Julho. Dali, demos um salto, fizemos concurso e viemos para cá (na avenida dos Ferroviários). A intenção era de que a Fumas fosse mais planejada e, dentro dos seus projetos, pudesse buscar dinheiro nos governos Estadual e Federal. Nestes 11 anos, já vieram mais de R$ 550 milhões para habitação, com uma contrapartida que não passou de R$ 16 milhões. Ou seja, deu resultado.

Como está a situação dos núcleos de submoradia atualmente?
Quando assumi, 18 núcleos precisavam de atenção. Hoje, temos seis que ainda dependem de urbanização ou transferência: Vila Ana; Parque Centenário; Jardim Novo Horizonte, que é um processo diferente, uma revitalização; Jardim Tamoio com Baixada do Paraná; a terceira etapa da Meias Aço e um trecho do Jardim Guanabara. Com relação à habitação, a fundação tem uma estrutura muito boa. Ela está se antecipando com os governos apresentando projetos.

Qual o objetivo agora?
Hoje, 1,4 mil famílias vivem em núcleos de sub-habitação, que estão quase erradicados. Logo ninguém mais vai morar em favela na cidade.

E o programa federal ´Minha Casa, Minha Vida´? De que modo será a aplicação na cidade?
Ainda estamos estudando como ele pode nos ajudar pelo seguinte motivo: uma casa neste projeto, para quem ganha de 1 a 3 salários mínimos (perfil atendido pela Fumas), custará no máximo R$ 48 mil; um apartamento, R$ 52 mil. Os terrenos da Região de Jundiaí não custam barato e, por isso, estamos encontrando dificuldade. Vamos ver qual será a solução, se o município vai participar com parte da infraestrutura, por exemplo. O valor total da casa estipulado para Jundiaí, por não pertencer à nenhuma Região Metropolitana, é de R$ 80 mil. Em Cajamar e Itatiba, por exemplo, é R$ 130 mil. Isso é um grande erro. Já que não estamos em nenhuma Região, que nos encaixem em uma ou nos liberem.

Há muita procura pelo programa?
Sim. Para se ter uma idéia, antes do programa, havia cerca de 9,4 mil famílias inscritas no cadastro permanente da Fumas. Até o dia 30 de julho, incluindo aquelas que estão programadas para fazer o cadastro, vamos chegar a 18,8 mil. Este número foi uma surpresa.

A Fumas também é responsável pelo Serviço Funerário Municipal. Há alguma novidade quanto ao novo cemitério?
Há quatro áreas em estudo, de 100 mil m², que possam abrigar entre 30 e 40 mil túmulos, com três gavetas cada. Se for particular, e acho que já está na hora de ser da iniciativa privada, deverá ter o projeto aprovado pela Prefeitura e parte da renda destinada à alguma entidade.

ROBERTA BORGES

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fonte: JJ

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