Prefeitura diz que projeto está indefinido e não soube explicar ação, apenas pediu calma à população
Gustavo Beraldi
A Prefeitura de Jundiaí terá que desapropriar cerca de 40 casas da Ponte São João para construir um túnel sob a malhaferroviária e desafogar o trânsito na região.
O novo acesso viário foi anunciado na noite de ontem, em meio a muita confusão e reclamações em reunião do prefeito Miguel Haddad (PSDB) e seus assessores com cerca de 200 moradores do bairro, no Estrela da Ponte.
De acordo com o projeto, tido como o mais viável pela Secretaria de Planejamento, o túnel seria construído a 150 metros de distância do atual viaduto da Torres Neves.
A transposição seria interligada a novas avenidas, que sairiam da rua Graff e chegariam até a avenida Antônio Frederico Ozanan. Segundo o secretário de Obras, Sinésio Scarabello, “o projeto, entre todos os estudados, é o mais viável, pois leva vantagem nas características custos e impacto visual”. Ele diz que os custos de um túnel são, em média, 30% menores que o de um viaduto.
Sobre possíveis alagamentos na transposição inferior, Sinésio afirmou que já estão sendo estudadas formas de drenagem deáguas pluviais para o rio Jundiaí. De acordo com Roberto Scaringella, secretário de Transportes, a escolha pelo projeto anunciado se deve também a um estudo realizado pela Setransp em relação ao fluxo de trânsito daquela região.
Segundo Miguel, ainda não há previsão dos custos das obras. “O levantamento das desapropriações está sendo feito e tudo será comunicado previamente aos moradores”, assegurou.
Moradores reclamam de explicação
A reunião de ontem no Estrela se transformou em uma grande confusão. Tanto que Miguel Haddad teve que encerrar o encontro antes do previsto para evitar que as manifestações contrárias continuassem.
O estopim se deu com o anúncio de que cerca de 40 casas terão que ser demolidas. “Não há como se abrir avenidas sem desapropriações. Em algum lugar terá que ser feita”, discursou Miguel. Enquanto moradores que, possivelmente serão afetados, interrompiam a reunião, o secretário Sinésio tentava explicar o projeto, mas não foi feliz: “Não sei os nomes das ruas, mas vou explicar”, disse. Acabou interrompido.
Para o dentista Antônio Carlos Mazon, 54 anos, a prefeitura não se preparou para o encontro. “Eles só souberam pedir para a gente ficar calmo, mas não souberam explicar nada. Saímos mais confusos do que entramos nessa reunião.” A mãe e a sogra de Antônio residem na região.
Miguel foi acompanhado do vice-prefeito, Luiz Fernando Machado, de Jaderson Spina (Planejamento), Walter Costa e Silva (Serviços Públicos) e os vereadores Zé Dias e Fernando Bardi (PDT), Roberto Conde (PRB) e Tico (PSDB).
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