As ruas estreitas, o trânsito conturbado, o crescimento desordenado do município e o aumento da frota de veículos (hoje, são 250 mil carros circulando diariamente por Jundiaí) foram pontos considerados preocupantes, ontem, pelos participantes da audiência pública que debateu a revisão da lei que trata de zoneamento no Plano Diretor, na Câmara. Um representante da Fundação Municipal de Ação Social (Fumas) subiu à tribuna para afirmar que as observações feitas pela entidade não foram consideradas no projeto. Mais contrariado, o presidente do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Comdema), Fábio Storari, irritou-se ao ver os vereadores terem a palavra logo no início da audiência pública.
"Esta não é uma sessão para os vereadores, mas uma audiência para o público", afirmou, interropendo a fala. O bate-boca entre vereadores e Storari fez com que a audiência fosse suspensa pelo presidente da Casa, José Braga Campos (PSDB), o Tico, por duas vezes. Ao final, Tico afirmou que vai estudar a possibilidade de haver mais uma audiência. A audiência começou às 19 horas e terminou após as 23h30.
Mobilidade urbana - A chamada ´mobilidade urbana´, porém, deverá ser abordada com profundidade apenas na revisão total do Plano Diretor, que deverá ocorrer dentro dos próximos dois anos. "A cidade está crescendo e precisamos de propriedades públicas para o transporte coletivo. É preciso ocupar, com mais eficiência, as faixas de tráfego. Por isso, a próxima revisão vai envolver a mobilidade urbana", afirmou o diretor de Planejamento, Antônio Panizza, que ressaltou a questão da expansão imobiliária na cidade. Já Júlio César de Oliveira (PSDB), o Julião, apontou que o tempo para se ir de um ponto a outro tem aumentado.
"Chegava em sete minutos ao Centro, vindo do Parque da Represa. Hoje demoro 25." O secretário de Planejamento e Meio Ambiente, Jaderson Spina, disse que a cidade está sendo pensada para que os carros caibam dentro das garagens e as ruas sejam maiores. "Este projeto faz apenas ressetorizações, é uma análise pontual, que não está limitando o crescimento imobiliário", criticou o deputado estadual Pedro Bigardi (PCdoB).
Parque Linear - Um das principais novidades desta revisão é a criação de Zonas de Margens do Rio Jundiaí (ZMRJ), que permitirão, ao longo do trecho das margens do rio, a implantação do Parque Linear. Segundo Spina, o parque será uma grande mata fechada para preservação também da vida silvestre, com apenas alguns pontos com finalidade social e esportiva. "No Jardim Novo Horizonte (Varjão), Tulipas, região da antiga Meias Aço e Agapeama, haverá espaços para ciclistas e pedestres atravessarem. Eles serão a vitrine do Parque Linear." Um planejamento para a zona rural, para que não seja urbanizada, também está na revisão.
O Plano Diretor chegou à Câmara no último dia 3, após um ano de estudos. Marilena Negro e Durval Orlato (PT) criticaram o não encaminhamento do EIV (Estudo de Impacto de Vizinhança) anexado ao projeto. O secretário de Planejamento afirmou que o EIV, motivo de discussões na Casa, deverá ser encaminhado ao Legislativo até o final do ano. "Vamos aprovar uma lei onde o EIV é apenas citado", frisou Marilena. O projeto que está na Casa poderá sofrer alterações pelo Executivo e ser reenviado para votação. Já os parlamentares podem propor emendas ao texto. "O Plano Diretor é algo dinâmico, que não para", salientou Spina.
ROBERTA BORGES
fonte: JJ. publicado em: 12/5/10
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