> 22/04/10
O Instituto Datafolha apontou recentemente que o pré-candidato do PSDB à Presidência, o ex-governador José Serra, estava dez pontos à frente da principal concorrente, a ex-ministra Dilma Rousseff (PT). Dias depois, o Instituto Sensus indicou empate técnico entre os concorrentes, para desconfiança dos tucanos. Hoje será publicada pesquisa do Ibope apontando vitória para o PSDB - e olhe que ainda faltam mais de dois meses para a campanha, oficialmente, começar. Mas, será que estas informações influenciam a decisão do eleitor?
O jundiaiense acredita que não. O JJ saiu às ruas na manhã de ontem e descobriu que boa parte dos jundiaienses não confia nas pesquisas e, mais do que isso, não as considera. Ou seja: a ideia de que o candidato que aparece com mais intenções de voto pode virar o alvo dos eleitores é errada. O administrador de empresas Divino Antônio da Silva, 41 anos, afirma que é a história do candidato que o faz definir o voto. "As pesquisas não influenciam. Presto mais atenção nas campanhas, logo que começam", diz. Divino leva em conta o perfil do político e suas realizações durante o mandato.
"Hoje está cada vez mais fácil conhecer a vida dos candidatos e até os processos nos quais estão envolvidos." Manoel Rodrigues Filho, 54, comerciante, também não dá importância às pesquisas. "Tenho minha opinião definida e não são pesquisas que vão mudá-la. Prefiro procurar informações sobre o que o candidato fez e o que está prometendo e, então, vou por eliminação." Este é o mesmo pensamento da vendedora Priscila Roberta Paixão, 29 anos. "Minha opinião já está formada, independente da pesquisa."
Para ela, nem sempre os números são confiáveis. "Por isso, eles não mudam o que penso." A auxiliar administrativa Silvana Barbosa, 39 anos, concorda: as pesquisas correm o risco se moldar aos interesses de determinado grupo político. "As pesquisas não são 100% verdadeiras", avalia. Seu voto não muda por isso. "Gosto de saber o passado do candidato e conhecer as propostas. A pesquisa não faz diferença." Para o gerente de projetos Marco Aurélio Pimentel, 36 anos, as notícias que envolvem os candidatos têm mais peso que as pesquisas.
"Leio muito sobre eles e é isso que define como vou votar. Até porque não confio nas pesquisas." O cirurgião-geral Frederico Michelin de Oliveira, 38 anos, até confia nos números divulgados por institutos, mas reconhece que estas informações não mudam sua escolha ao ir às urnas. "Não é condição para definir em quem votar. Considero, sim, a filosofia política, o partido e a proposta do candidato."
Contradições - As pesquisas para a Presidência da República já provocam questionamentos. O Instituto Datafolha concluiu três resultados: nos dias 24 e 25 de março, José Serra registrou 32% das intenções de voto, contra 28% de Dilma; na pesquisa seguinte - feita entre os dias 25 e 26 de março - o tucano apareceu com 36% das intenções, abrindo 9 pontos de diferença em relação à petista - que teve 27%.
Já a primeira pesquisa feita após o lançamento de Serra como pré-candidato mostra o tucano com 38% das intenções de voto, dez pontos à frente de Dilma, com 28%. O levantamento indicou ainda um empate técnico entre Marina Silva (10%), do PV, e Ciro Gomes (9%), do PSB. As mudanças levaram o PT a chamar o Datafolha de "bússola desregulada".
Logo depois, o Instituto Sensus realizou uma pesquisa. Desta vez, foi apontado empate técnico entre Serra e Dilma. A polêmica gerou a recontagem dos dados declarados em 2 mil questionários. Mas a história está apenas começando: pesquisa do Ibope, que será divulgada hoje, aponta Serra com vantagem de sete pontos em relação à Dilma, que tem 29% das intenções de voto.
ROBERTA BORGES
fonte: JornaldeJundiaí
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