5/1/2010
MATEUS VIEIRA
Com críticas da ONG Voto Consciente pela forma como está sendo conduzida a participação popular na revisão do Plano Diretor em 2010, o Executivo garante: pouco se mexe no Plano Diretor de Jundiaí neste ano. Grandes mudanças devem ficar para 2011. O coordenador do Voto Consciente, Henrique Parra Parra Filho, afirma que o Ministério das Cidades preconiza que o Executivo faça audiências públicas, audiências temáticas e oficinas de capacitação para os interessados. Uma conferência deveria aprovar a proposta do Plano Diretor antes de ela ser enviada à Câmara. "Não sabemos nem quando a proposta se tornará pública nem quanto tempo teremos para participar efetivamente das discussões."Arquiteto Araken afirma que cidadão será ouvido
Parra Parra Filho afirma que existem soluções que precisam ser discutidas. "O Estudo de Impacto de Vizinhança é um dos casos. Até agora, a Prefeitura não apresentou projeto algum, apesar de prometê-lo há mais de oito meses. O IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) progressivo também poderia ser utilizado para acabar com os vazios urbanos, desincentivando a especulação imobiliária, através de maior oneração", afirma. Para o arquiteto Araken Martinho, presidente da Comissão do Plano Diretor, o IPTU progressivo seria mais uma ferramenta. "A discussão precisa ser ampliada. O Plano Diretor é um projeto de cidade e precisa ser discutido com seus atores."
Araken afirma que o Ministério das Cidades "teoriza" sobre esta participação. "Nossa intenção, entretanto, é atuar localmente. A população dos bairros vai ser ouvida, levando em consideração a vocação de cada lugar", explica. O arquiteto é um crítico em relação aos índices gerais. "Devemos atuar localmente. Mesmo o índice de densidade demográfica precisa ser bem estudado. Há bairros que comportam mais população, outros não devem receber mais adensamento."
Planejamento - O secretário de Planejamento e Meio Ambiente de Jundiaí, Jaderson Spina, afirmou ontem que as revisões de 2010 passam somente pelas questões do uso e ocupação de solo. "Iremos rever a situação de algumas ruas que ´sobraram´ de revisões anteriores e adequá-las. Vamos criar também índices para o adensamento urbano, segurando o crescimento em alguns setores da cidade." Jaderson rebate as críticas sobre a participação popular. Segundo o secretário, a população foi consultada através de um link no portal da Prefeitura. "Além disso, enviamos convites às entidades de classe e sindicatos."
O secretário não descarta a utilização dos meios previstos pelo Ministério para a revisão geral de 2011, que deverá abraçar grandes temas. "A pedido do prefeito Miguel Haddad queremos discutir o planejamento estratégico, urbanístico e de transporte da cidade. Neste momento, poderemos utilizar os instrumentos previstos na lei."
EIV - O Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) - que estava previsto para 2009 - deverá entrar na discussão do Plano Diretor para 2011. Os instrumentos técnicos, até agora, mostraram-se pouco eficazes para se criar índices. "O EIV é polêmico. Fomos conhecer exemplos de outras cidades, mas eles não são eficientes. Por isso, precisamos ampliar esta discussão e chegar a um critério técnico", diz Spina.
ARIADNE GATTOLINI
fonte: JJ
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