domingo, 23 de agosto de 2009

Política barra obras em divisas

BUROCRACIA

23/8/2009

RUI CARLOS Moradores de regiões localizadas entre Jundiaí e Várzea Paulista sofrem com problemas por questões políticas e administrativas

Moradores de regiões localizadas entre Jundiaí e Várzea Paulista sofrem com problemas por questões políticas e administrativas

No mesmo bairro, cerca de 3 mil pessoas são moradores de Jundiaí. O restante, aproximadamente 2,3 mil pessoas, reside em Várzea Paulista. São poucos passos que separam uma residência da outra. E poucos metros que impediram que o asfalto fosse prolongado numa mesma rua.

Essa é a realidade dos moradores da rua Carlos Angelo Mathion, no Núcleo Residencial Balsan, um exemplo que ilustra bem um problema típico de regiões localizadas na divisa entre dois municípios. "Cansamos de pedir às prefeituras. E quando tentamos fazer por conta própria o asfalto os moradores não quiseram pagar do próprio bolso", diz o operador de máquinas Paulo Roberto Souza, que mora há 16 anos no local.

O comerciante Edevanildo dos Reis, que possui um bar na mesma rua, disse que, por conta da confusão, tem problemas para fazer cadastro em lojas. "Uso o CEP do vizinho", conta. "Procuramos a Prefeitura de Jundiaí, que disse não ter mais nada a fazer nessa região, e a Prefeitura de Várzea informou que depende de uma documentação para fazer a obra", afirma Miguel Arcanjo, presidente da Associação de Moradores do Núcleo Balsan. De acordo com ele, apesar da diferença geográfica no mapa, praticamente todas as residências são abastecidas com água e luz de Jundiaí, além da coleta de lixo. "Cerca de 98% dos moradores votam em Jundiaí", afirma Souza.

Mesma situação - Caso semelhante ocorre em outra região de Jundiaí que faz divisa com Várzea Paulista. A avenida Gemma Frasson Reynaldo, nas proximidades do Castanho, também conhecida como Estrada da Boiada, serve de ligação entre a rodovia Tancredo Neves, a estrada velha de São Paulo, em Jundiaí, e a avenida dos Manacás, em Várzea Paulista.

O trecho de pouco mais de um quilômetro fica intransitável nos dias de chuva por causa do barro e obriga os moradores a fazerem um caminho alternativo de aproximadamente sete quilômetros. "Asfaltaram só o começo e o finalzinho da estrada, mas o resto continua de terra, fazendo pó nos dias secos e muito barro quando chove", diz a comerciante Ester Souza, que mora nas proximidades.

Pela legislação, a prefeitura só pode realizar obras dentro dos limites do município. Por isso, pode ocorrer de uma rua ficar parcialmente pavimentada, por exemplo, do lado de um dos municípios, enquanto a outra parte da via não irá receber o asfalto por pertencer a outra cidade.

Na semana passada, a Prefeitura de Jundiaí divulgou, na Imprensa Oficial, a abertura de edital para obras de pavimentação e drenagem da rua Joaquim José dos Santos, no bairro Ivoturucaia, que faz divisa com Campo Limpo Paulista. No texto do edital, consta que a obra será "no trecho-limite de pavimento até a divisa de município".

ELTON FERNANDES
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fonte: JJ

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