domingo, 30 de agosto de 2009

"O foco é a gestão de resultados"

MIGUEL, EXCLUSIVO

30/8/2009

FABIANO MAIA Miguel:

Miguel: "O empresário tem confiança para investir aqui"

O prefeito de Jundiaí, Miguel Haddad (PSDB), disse que o seu terceiro mandato será marcado por uma gestão profissional e de resultados, tendo como foco a área social. "Cada vez mais, o chefe do Executivo tem um viés de administrador com perfil de resultados. E a nossa administração tem como bandeira a área social, com 60% do orçamento municipal", afirmou o prefeito, em entrevista exclusiva ao Jornal de Jundiaí Regional. O tucano falou sobre a possibilidade de criar uma fundação para administrar o trânsito no município, aulas em período integral com dois professores nas salas e descartou a possibilidade de estatizar a DAE S.A.

O prefeito se orgulha de conseguir atrair para Jundiaí novas empresas - como a Arconvert, que nessa semana anunciou que investirá R$ 40 milhões em sua unidade na cidade.

Jornal de Jundiaí - Qual é a análise que o senhor faz sobre o início de seu terceiro mandato e qual o comparativo em relação às suas administrações anteriores?
Miguel Haddad - Temos aí seis, sete meses que são o processo de maturação natural para que você dê o seu ritmo e imponha as suas características e prioridades. Diagnosticamos em que ponto estava a administração para, a partir daí, estabelecer quais ações poderíamos desenvolver. Não faço uma avaliação dos desdobramentos e das ações que foram desenvolvidas no governo Ary Fossen. Está mudando o perfil do gestor público e o chefe do Executivo tem cada vez menos viés populista e cada vez mais viés de administrador, com um perfil de resultados.

JJ - Logo após a sua eleição, o senhor disse que iria nomear um secretariado técnico. A oposição alega que isso não foi adotado na prática. Como o senhor analisa essas críticas?
Miguel - Você não pode confundir a formação profissional com a qualificação para ocupar o cargo. Eu diria que 90% do secretariado, inclusive a sua formação acadêmica, é compatível com a atividade que ele desenvolve. Aqueles que não são têm qualificação técnica de gestão que permitem ocupar o cargo. Não podemos confundir a formação técnica com a competência para o cargo. O fundamental é que cada secretaria possa obter resultados.

JJ - Há a possibilidade do Hospital Regional não sair do papel ou do hospital ser implantado em outro local?
Miguel - Tudo caminha para implantarmos o Hospital Regional na Casa de Saúde. Nesse momento, os estudos caminham nessa linha e não há nenhum estudo diferente.

JJ - Existe algum estudo para que a DAE S.A., que hoje é uma empresa de economia mista, volte a ser uma autarquia municipal?
Miguel - Não. A transformação da DAE em Sociedade Anônima foi feita com uma avaliação muito detalhada. O Banco do Brasil, a Petrobras, a Sabesp, Caixa Econômica Federal... todas são S.A.. Será que todos estão errados? A DAE só tem melhorado desde então. Jundiaí é referência em saneamento. Dez anos depois, a DAE continua bem, implantou o Parque da Cidade, continuou investimentos na rede de esgoto e água de Jundiaí, ampliou a represa e continua ampliando. A DAE passou a ter mais liberdade e pode buscar linhas de crédito para ampliar quando necessário. A S.A. é um passo rumo à modernidade.

JJ - Tendo em vista esse resultado obtido com a DAE, existe a intenção em transformar outras autarquias em S.A.?
Miguel - Nesse momento não existe a possibilidade de outras transformações. Temos pensado em criar uma fundação ou algo do tipo para o sistema de trânsito, como existe em São Paulo, com a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego). Estamos avaliando essa possibilidade.

JJ - Que tipo de investimentos estão previstos na área de Educação?
Miguel - Jundiaí tem pela primeira vez uma proposta pedagógica única. Temos a Fundação Vanzolini desenvolvendo um programa de capacitação para os educadores. Estamos analisando a questão do segundo professor nas salas de aula e discutindo o número de horas de aula por dia, que poderiam ser num período integral, e também a possibilidade de uma equipe de apoio para crianças com dificuldade de aprendizado. Precisamos ver onde isso poderia ser implantado em Jundiaí. Essas propostas já foram encaminhadas para o Judiciário analisar.

JJ - A implantação de uma universidade pública no município já está sendo sendo discutida?
Miguel - Estamos conversando com três universidades públicas para tentar viabilizar. Há conversas com a Unicamp, pela proximidade, com a Unesp e com a USP. Estamos trabalhando para isso. E tentando ampliar os cursos oferecidos na Fatec.

JJ - Recentemente o prédio onde o senhor reside foi alvo de um roubo. Enfim, a violência está crescendo. Existe a ideia de se criar a Secretaria Municipal de Segurança Pública?
Miguel - Não. Reuniões vêm sendo feitas com a Polícia Militar, Polícia Civil e Guarda Municipal visando maior integração entre as polícias e possibilitando otimização dos recursos. A primeira coisa que fizemos foi colocar toda a Guarda Municipal nas ruas. Estão chegando 20 novas viaturas para a GM, pois os recursos já foram liberados. Investimos em armamentos, coletes e motocicletas. Vamos começar a dar cursos para capacitar os vigilantes para estarem integrados ao sistema de segurança da cidade e comunicação com as forças policiais.

JJ - Centenas de crianças conseguiram vagas em creches públicas municipais por meio da Justiça. Há previsão de investimentos em novas creches?
Miguel - Até o término deste ano, serão inauguradas três novas creches no Jardim Tamoio, Residencial Jundiaí e Jardim Novo Horizonte, o que possibilitará a criação de 380 novas vagas. Estamos pensando em outras alternativas para atender a essa demanda que parece que explodiu nos últimos três ou quatro anos. Estamos respeitando as determinações do Judiciário e as solicitações que nos são feitas através do poder público. Nós respeitamos as posições. Só precisamos ter mecanismos para viabilizar e fazer com qualidade.

JJ - Como o senhor avalia o relacionamento do Executivo com a oposição em Jundiaí?
Miguel - Não dá para falar em democracia se não houver espaço e respeito à oposição, e cabe a ela construir a sociedade. Este é o papel da oposição, e não a desconstrução. É natural que você tenha divergências e opiniões totalmente distintas. É importante que existam opiniões contrárias. O que não pode é ter uma oposição que se posiciona contrária para não viabilizar os projetos, para que a administração municipal não tenha êxito. Em Jundiaí, basta fazer uma reflexão de como foram as eleições, o discurso e a forma como a oposição agiu e você consegue avaliar se nós temos tido oposição construtiva ou não.

ELTON FERNANDES

fonte: JJ

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