quinta-feira, 16 de abril de 2009

Superaumento de salários em Itupeva

PROTESTO/CÂMARA

16/4/2009

CRISTINA HAUTZ No cartaz, os nomes dos vereadores que votaram contra o aumento

No cartaz, os nomes dos vereadores que votaram contra o aumento

Cinco funcionários da Câmara de Vereadores de Itupeva receberam reajustes salariais que chegam a 253,9%. Entre os servidores beneficiados com a medida, está Vanderlei Philomeno, secretário legislativo que é sobrinho do presidente da Casa, Salvador Philomeno Polli (PMDB). O aumento foi aprovado em sessão ordinária, na última segunda-feira, por cinco votos a três, e agora espera promulgação do Executivo.

Vanderlei, que é concursado em função de ´padrão 13´, com salário original de R$ 907, passou para o ´padrão 19´, com vencimentos de R$ 3,2 mil mensais. "Eu não promovi ninguém ainda. Apenas aproveito a inteligência das pessoas para os cargos certos", justificou o vereador peemedebista. "Se ele (sobrinho) trabalhar errado, vai para a rua."

Dois cargos - assessor de suporte legislativo e chefe de redação - saltaram do ´padrão 15´, com vencimentos de R$ 1,48 mil para ´padrão 19´ e, também, passaram a receber R$ 3,2 mil. Nestes casos, a elevação salarial é de 116%.

Para os outros dois cargos, de assessor de gabinete da presidência e assessor de recursos humanos, os salários passaram dos antigos R$ 787 para R$ 907 - aumento de R$ 15,2%. Os cinco salários com reajuste, mais gratificações fixas de R$ 296, somam para a Câmara de Itupeva gastos de R$ 12 mil por mês, ou seja, 4,6% do orçamento total do Legislativo em 30 dias: R$ 236 mil. Cerca de 30 pessoas em cargos comissionados trabalham no local.

Justificativas - De acordo com o diretor jurídico da Câmara, Éder Carlos Vila Candeu, a nova padronização salarial integra uma reestruturação de cargos da Casa. "Vão aumentar os salários sim, mas faz parte de uma reforma mais ampla", argumentou.

Segundo Candeu, antes das novas atribuições salariais foi executado relatório de impacto financeiro para esse exercício e para os próximos dois presidentes. "A Câmara não gasta metade do teto estipulado para despesas. Está tudo dentro da Lei de Responsabilidade Fiscal."

Faltou acordo - Em entrevista exclusiva ao JJ Regional, o peemedebista Philomeno atribuiu a repercussão do caso à insatisfação de três vereadores que votaram contra o projeto de lei que aumentou os salários: Ezequiel Alves de Lima (DEM), Paulo Batista Nantes, o Minhoca (PSDB) e Luiz Carlos Izzo (DEM). "Eles ficaram bravos porque não dei alguns cargos que queriam", disse. "Tanto que, antes, todos assinaram requerimento para que o projeto fosse apresentado."


THIAGO GODINHO

fonte: JJ

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