Queria deixar isto bem claro para todos ali. Mas a noite era de festa. Estes pensamentos não cabiam naquele momento. O papo nem era este. Aliás ali ninguém pensava naquilo, era como ir a um evento. Era uma festa! Ele tinha de aproveitar as pizzas, o choppinho e os amigos.
O tema deste artigo não é sobre pizzadas muito menos sobre confraternizações entre amigos. O tema aqui é “compra de voto”, assunto muito sério e pra lá de indigesto.
Deixando, por um momento, as descrições de lado, vou mostrar qual será nosso caminho aqui: em primeiro lugar minha intenção é mostrar como a compra de voto não é um fato específico ou localizado e muito menos uma prática gastronômica.
Para isto farei uso de uma importante pesquisa realizada pela Transparência Brasil em 2006. Em seguida a conversa será sobre o que é a compra de voto. Neste ponto usarei a importante lei de iniciativa popular (é isso mesmo, a população é que fez essa lei!).
Voltemos ao primeiro ponto, portanto. Segundo a pesquisa realizada em 2006, nas eleições daquele ano mais de 8,3 milhões de eleitores sofreram ofertas reais, e insistentes, para venderem seus votos. Isso equivale a 8% dos eleitores brasileiros. Vale dizer que a mesma pesquisa foi realizada em 2002 e naquele ano, 3% dos eleitores foram assediados. O problema está crescendo.
Alguns mitos derrubados pela pesquisa: este não é um problema do Norte-Nordeste apenas. No Sudeste, em 2006, 6% dos eleitores reclamaram deste tipo de corrupção. Além disso, ao contrário do que se pensa, os eleitores mais pobres e menos escolarizados não são os mais vulneráveis às práticas ilegais. Esta pesquisa está disponível no blog da ONG Voto Consciente: www.votoconsciente-jundiai.blogspot.com)
Bem, o número é expressivo: 6% podem definir mesmo quem será eleito ou não, o que mostra que o problema é real e importante. O que é a compra de votos, qual sua definição e como combatê-la? Não percam os próximos capítulos com menos pizzas e mais votos conscientes.
Henrique Parra Parra filho - Coordenador-Geral da ONG Voto Consciente,
núcleo Jundiaí - henrique.parra@hotmail.com
fonte: AVerdade
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