sábado, 29 de agosto de 2009

Comércio nas casas do CDHU regularizado?

CÂMARA

27/8/2009

VALTER TOZETTO JR. Moradores dos conjuntos habitacionais, na Câmara

Moradores dos conjuntos habitacionais, na Câmara

Tramita na Câmara de Jundiaí projeto de lei que prevê a instalação de empreendimentos comerciais nos novos núcleos habitacionais a serem implantados no município. A proposta, de autoria dos vereadores Enivaldo Ramos de Freitas, o Val (PTB), e José Dias (PDT), foi discutida ontem em audiência pública na Câmara. O projeto contribuiria para evitar o surgimento de estabelecimentos irregulares nestes locais.

Nos núcleos habitacionais de interesse social, construídos pela CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano), o contrato determina que os moradores usem os imóveis para fins estritamente residenciais. Reportagem publicada pelo Jornal de Jundiaí Regional, no início do mês, mostrou que na região do Parque Centenário o loteamento abriga cerca de 20 comércios (entre mais de 360 casas). A mesma situação se repete nos imóveis do Jardim Novo Horizonte, o Varjão, e no Vista Alegre.

Segundo apurou a reportagem, a CDHU chegou a enviar notificações aos moradores solicitando o fim das atividades comerciais sob risco de perder a moradia. "Que tipo de projeto foi feito para colocar gente nesses locais sem que houvesse espaço para o comércio e outras atividades essenciais para os moradores?", questiona Roseli Lázara de Jesus, que mora no Jardim Novo Horizonte desde 2006 e mantém, na própria residência, um espaço para preparar e comercializar lanches e bebidas. "Sempre fui ambulante, não tenho outra fonte de renda, e queremos nosso espaço", afirma a comerciante.

Maria Clara Aparecida Andrea Leme também adequou um espaço em sua residência que se transformou em um minimercado. "Eu trabalhava como empregada doméstica antes de vir para cá. Minha mãe é uma pessoa acamada e, por problemas de saúde, usa até cilindro de oxigênio. Além disso, tenho dois filhos pequenos. Não posso sair de casa para trabalhar fora", afirma ela, que mora no mesmo bairro.

O presidente da Fumas, Eduardo Palhares, disse ontem, durante a audiência pública, que todos os moradores sabiam das condições do empreendimento. "Ninguém foi obrigado a ir para esses locais e sem saber que era residência e não podia ter comércio", afirmou Palhares.

ELTON FERNANDES
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