20/12/2009
FABIANO MAIA
Foram três meses até o engenheiro jundiaiense Pedro Bigardi (PCdoB) vencer um embate jurídico e tomar posse na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp). Único deputado de Jundiaí e líder do partido na Casa, Bigardi buscou se inserir no cotidiano da Alesp.Deputado Pedro Bigardi: R$ 3 milhões em emendas para Jundiaí e Região
Em nove meses de trabalho, já teve uma lei (que encaminha parte dos recursos do programa Nota Fiscal Paulista para esporte e cultura) aprovada e sancionada pelo governador José Serra e deve atingir, em janeiro, a marca de R$ 3 milhões obtidos por meio de emendas.
Os recursos foram encaminhados para entidades e prefeituras de Jundiaí e Região. Para 2010, Bigardi planeja novas ações, tendo como bandeiras o meio ambiente, a habitação e o esporte. Entre as iniciativas, está a criação da Frente Parlamentar de Logística. "Estou vivendo o melhor momento político da minha vida.
Na Assembleia, sou conhecido como o 'Embaixador de Jundiaí'. Não posso frustrar a população, nem perder esta oportunidade", afirma. Nesta entrevista, Bigardi faz uma avaliação do mandato, o primeiro de sua carreira política. Confira:
JJ Regional - Como foi viver este período até a posse?
Pedro Bigardi - Entre a chamada da Assembleia e a posse, tivemos um período muito duro. Foram três meses numa briga jurídica até que, em março, conseguimos uma liminar do Tribunal Superior Eleitoral. Era uma briga totalmente injusta porque não houve nenhum processo, nem defesa da minha parte. Assumimos no dia 23 e logo comecei a montagem da estrutura. Montei o escritório político em Jundiaí e o gabinete em São Paulo.
Já tinha um planejamento de ação, mas precisei aprender o funcionamento da Assembleia rapidamente porque já assumi com projetos em andamento. As comissões também já estavam montadas, mas fiz um pedido ao presidente, Barros Munhoz, e também à Célia Leão, que integra a comissão organizadora, para que pudesse participar de ao menos uma delas, já que tenho o status de liderança do PCdoB.
Aí, apareceu a Comissão de Esportes e Turismo, que não é tão cobiçada, mas me deu muita satisfação. Achei que teria dificuldades na Assembleia, porque pensava nos limites do Poder Legislativo, mas fui encontrando caminhos que estão me permitindo trabalhar.
JJ - De que modo resume este ano? Algo o surpreendeu?
Bigardi - Neste período participei de todas as votações, reuniões do colégio de líderes e reuniões da comissão. Fiz questão de estar presente porque eu não posso perder nenhum espaço político. Tinha de conquistar um espaço na Assembleia, pelo partido e pela Região. E não imaginava que a Assembleia tinha um trabalho tão intenso.
Ser deputado me deu uma condição que nunca tive, de ter um mandato, o que me deixa mais próximo da população e dá condições de dialogar mais sobre as necessidades. Não posso perder esta oportunidade, nem frustrar a população ou aqueles que estiveram ao meu lado na política estes anos todos. Não posso frustrar esta história e nem quem acredita em mim. Estou muito satisfeito com o trabalho.
JJ - Como definiu os focos do mandato?
Bigardi - Pensei nas questões do meio ambiente, já que estou nesta área há muitos anos (ele é professor de planejamento ambiental); em habitação, porque trabalhei em mutirões e até pela minha profissão; e surgiu logo de cara o esporte. Consegui avançar muito, principalmente em esporte e meio ambiente, que são duas agendas muito positivas. E aprovei uma lei, relacionada à Nota Fiscal Paulista. Não só aprovei, como o governador a sancionou.
Dos 94 deputados, pelo menos 30 nunca tiveram uma lei aprovada. Nestes nove meses, também apresentei pelo menos mais dez projetos de lei. Será publicada ainda este ano a declaração de utilidade pública da Associação Pio Lanteri. E devo derrubar um veto de um ex-deputado do meu partido, o Nivaldo Santana, que autoriza a capoeira nas escolas como parte da educação física.
JJ - E o projeto do Parque Estadual da Serra do Japi?
Bigardi - O projeto passou pela Comissão de Constituição e Justiça, que o considerou legal, por unanimidade. Passei slides no telão sobre a Serra do Japi e falei da ideia, o que me ajudou a ganhar força com os deputados. Tenho a expectativa de aprová-lo no primeiro semestre do ano que vem.
O Chico Graziano (secretário estadual de Meio Ambiente) gostou do projeto e conversou comigo. Ele me orientou a deixar o projeto caminhar na Assembleia. Quando chegar lá no final, sentarei de novo com o governo para pensarmos qual é o melhor caminho.
JJ - O que planeja para 2010?
Bigardi - Já pretendo criar agora em dezembro a Frente Parlamentar de Logística e Transporte. A ideia é fazermos um debate com as entidades e empresas ligadas à logística no Estado de São Paulo. Já falei com o presidente Barros Munhoz. Queria no primeiro semestre fazer o lançamento oficial e começar a elaborar legislações, ações e debates sobre esta questão. É um assunto que quero tratar no ano que vem. É uma ação importante.
JJ - Como é a relação com os prefeitos da Região?
Bigardi - Venho tentando ter uma relação muito tranqüila com todos os prefeitos, independente de partido. Até com o meu adversário, o Miguel (Haddad). Às vezes, há algum constrangimento, mas busco uma relação amistosa. Inclusive com as Câmaras e os vereadores.
E há muitos prefeitos de outras Regiões, como Botucatu, Artur Nogueira, Torrinha e Juquiá, que me procuram. Sempre há algum pedido em que a gente pode ajudar. Tenho críticas a alguns modos de governo, principalmente o de Jundiaí, mas procuro fazê-las quando são mais relativas ao deputado estadual.
ROBERTA BORGES
fonte: JJ
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