15/2/2009
Comandante Jacó na central de monitoramento
Advogado criminalista e professor universitário de segurança privada, Paulo Sérgio de Lemos Giacomelli Stel, o Jacó, 49 anos, é o novo comandante da Guarda Municipal (GM) de Jundiaí. À frente da corporação, já fez as primeiras mudanças. Dentre elas, a troca do subcomandante e o remanejamento de guardas do setor administrativo para a atuação nas ruas. Jacó quebra uma seqüência de militares à frente do cargo, após a permanência de Cláudio Benevides (exército) e de Jovair Rodrigues (Polícia Militar) no comando. "A escolha teve como exigência a formação técnica. Acho que ele pode trabalhar bem na compatibilização dos setores civil e militar", prevê o prefeito Miguel Haddad (PSDB) com a indicação. Confira a entrevista:
Jornal de Jundiaí Regional: Em consulta pública para sugestões ao orçamento de Jundiaí, o tema segurança é sempre um dos mais destacados. Isso aumenta sua responsabilidade à frente da Guarda?
Paulo Giacomelli (Jacó): Pode-se dizer que sim. Já que existem essas pesquisas. Os grandes anseios hoje da sociedade são segurança e saúde. Mas, a responsabilidade existe sempre. Ela pode diminuir ou aumentar de acordo com a necessidade da própria sociedade.
JJ: Intensificar os projetos Anjos da Guarda e Ronda Escolar são promessas de campanha do prefeito Miguel Haddad. Como o senhor vai abordar esses temas?
Jacó: Nós temos um projeto em fase final de montagem que será enviado a Brasília, ao Ministério da Justiça, para agilizar a vinda de recursos federais para a criação de uma Guarda Comunitária. O que seria a Guarda Comunitária? Nada além do que é o Anjo da Guarda. Teria uma destinação específica às escolas. Seria um aumento de viaturas. Além de ficar nas escolas, teria também unidades circundando as escolas. Isso é feito no Canadá com muita propriedade.
A Guarda Comunitária vai inibir todo tipo de ação que venha a interferir o bom andamento dos alunos e dos moradores dos bairros. O objetivo é que as pessoas conheçam os guardas daquela localidade. Eles serão designados sempre nos mesmos locais, para se criar uma identidade. Para que a comunidade chame o guarda pelo nome. E que o guarda também faça a mesma coisa. Isso é interessante, porque um indivíduo estranho àquela comunidade será identificado.
JJ: Até que ponto o trabalho da GM será ostensivo? Como separar essa atuação da verdadeira função da guarda?
Jacó: Este é sempre um assunto polêmico. Com bom senso, dá para se resolver. É verdade que a Guarda não tem o poder de polícia dentro da legislação. Mas, age, em momentos de flagrante, como qualquer um do povo. A orientação sempre: em qualquer movimentação notada, a Guarda apóie tanto a Polícia Militar quanto a Polícia Civil. É bem verdade que, em alguns momentos, é impossível a presença deles. A Guarda tem que tomar atitudes. Eles não devem sair por aí 'caçando' criminosos. Essa não é a nossa função. Mas, se analisarmos, uma via pública dentro do município é um patrimônio municipal. O próprio munícipe é um bem público. A Guarda é um complemento importante da segurança local.
JJ: Há intenção de se trabalhar com projetos sociais?
Jacó: Com certeza. Aliás, se formos verificar a história da Guarda, ela tem talvez um componente, que ainda não foi muito bem explorado, que é a função social, talvez maior que a repressiva. Tanto é verdade que, no último domingo, após a chuva, o prefeito chamou os secretários e ele pediu apoio da GM. A Guarda saiu a campo, no Jardim Sorocabana, e ficou até 4 horas da manhã na entrega de colchões, cestas básicas e materiais de limpeza aos moradores. Acho que a Guarda fará muito mais no social que no policial.
JJ: Os problemas do centro da cidade, como prostituição e tráfico de drogas, terão resposta da GM?
Jacó: Em breve, a ação da Guarda poderá ser vista no Centro. Faremos uma ação mútua com a Polícia Civil, justamente para coibir delitos no Centro. Existe um projeto de revitalização do Centro. Como isso poderá ser feito? Haverá intensificação muito grande da Guarda nesse trabalho. Eu não posso garantir para você que nós resolveremos os problemas. Mas o objetivo é este: resolver, acabar.
JJ: Como aumentar o efetivo de guardas nas ruas?
Jacó: Existe projeto para enxugar os guardas em áreas administrativas e colocá-los nas rondas e plantões. Perto de 50 novos guardas traremos às ruas. É um remanejamento de função.
THIAGO GODINHO
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