Bom dia a todos! Meu nome é Vinícius, aluno do curso de Engenharia Florestal da ESALQ. Fico muito satisfeito em fazer parte da louvável iniciativa do Parra e de toda a moçada, e espero que minha contribuição no blog seja de utilidade para os leitores. O texto de apresentação vai ser meio longo, espero que a leitura não seja um saco!
Assim como em qualquer área da ciência, os/as Engs. Florestais precisam se manter informados a respeito dos fatos na área ambiental. Tão importante quanto saber O QUE está acontecendo, é COMO os projetos florestais se estrutram no Brasil e no mundo, e QUEM desenvolve/financia/idealiza tais projetos! Na ESALQ, assim como em outras escolas agrícolas de porte semelhante, há discussão e informação constantes sobre iniciativas de enorme relevância para o bem-estar social e ambiental por todo o Brasil; dou como exemplo as questões dos Biocombustíveis, Transgenia em alimentos (OGMs), Créditos de Carbono, Reforma Agrária ou políticas de Subsídios na Agricultura.
Infelizmente, nem sempre a abrangência e a divulgação de toda a ciência produzida dentro de centros de pesquisa como a USP acompanha o valor da mesma para a nossa qualidade de vida, e para a sustentablilidade do meio em que vivemos; essa incoerência se dá por vários motivos, que podem e devem ser discutidos mais a fundo, mas que não relacionarei aqui por ora! Tentarei por meio do Voto Consciente Jundiaí expor as notícias que julgo mais pertinentes, a começar por uma de enorme valor para o estado de São Paulo em geral.
Não está sendo muito divulgado, mas a ESALQ assinou uma parceria com a AES-Tietê para a implantação do primeiro projeto de MDL (mecanismo de desenvolvimento limpo) visando a obtenção de créditos de carbono, o que envolve a restauração de 12,5 mil hectares (1 ha = 10.000 m²) da mata ciliar dos reservatórios das Usinas Hidroelétricas da porção média do Rio Tietê, região importante para a qualidade da água de cidades como Americana, Campinas, Jundiaí, Barra Bonita (sim, a eclusa que vc provavelmente adorou se foi lá com a escola) e Piracicaba. O projeto é provavelmente o maior já feito no Brasil na área de reflorestamento, e um dos maiores do mundo.
Não precisa ser um gênio da raça pra saber que o Tietê é um rio problemático e, dado o seu próprio tamanho e o de sua bacia hidrográfica, a condição de morbidez na maioria de seu curso é realmente preocupante. Cerca de um terço da poluição do rio é de origem doméstica e o resto é industrial, o que já é vergonhoso por si só. Poucas pessoas percebem, porém, que um problema tão grande quanto esse é a situação do entorno do rio. Começando pela evidente Grande São Paulo, onde 11% da população brasileira reside em 1% do território nacional: dejetos de toda sorte são lançados dia e noite no Tietê, que corta esse belo 1% de área superpopulosa, amparado por cerca de 1% de sua vegetação ciliar natural; nem toquemos no assunto da Billings!... Prática tão agressiva quanto esta, a atividade agrícola indisciplinada é das atividades que mais prejudica o rio e ocorre em toda a sua extensão, com concentração na porção média do leito. A falta quase total de mata ciliar, associada à poluição causada por indústrias - usinas, engenhos, curtumes - e pelo uso irresponsável de 'agroquímicos' compromete seriamente a qualidade da água nos reservatórios de abastecimento urbano e das usinas de energia. A partir desta simples listagem, notamos a nobreza de um projeto como esse que, além do excelente retorno econômico, visa o desenvolvimento mais justo e sustentável e contribui para reverter a triste realidade do Rio Tietê.
Caso haja protestos ou dúvidas, estou à disposição. Já parei de falar.
Abraço a todos!
Assim como em qualquer área da ciência, os/as Engs. Florestais precisam se manter informados a respeito dos fatos na área ambiental. Tão importante quanto saber O QUE está acontecendo, é COMO os projetos florestais se estrutram no Brasil e no mundo, e QUEM desenvolve/financia/idealiza tais projetos! Na ESALQ, assim como em outras escolas agrícolas de porte semelhante, há discussão e informação constantes sobre iniciativas de enorme relevância para o bem-estar social e ambiental por todo o Brasil; dou como exemplo as questões dos Biocombustíveis, Transgenia em alimentos (OGMs), Créditos de Carbono, Reforma Agrária ou políticas de Subsídios na Agricultura.
Infelizmente, nem sempre a abrangência e a divulgação de toda a ciência produzida dentro de centros de pesquisa como a USP acompanha o valor da mesma para a nossa qualidade de vida, e para a sustentablilidade do meio em que vivemos; essa incoerência se dá por vários motivos, que podem e devem ser discutidos mais a fundo, mas que não relacionarei aqui por ora! Tentarei por meio do Voto Consciente Jundiaí expor as notícias que julgo mais pertinentes, a começar por uma de enorme valor para o estado de São Paulo em geral.
Não está sendo muito divulgado, mas a ESALQ assinou uma parceria com a AES-Tietê para a implantação do primeiro projeto de MDL (mecanismo de desenvolvimento limpo) visando a obtenção de créditos de carbono, o que envolve a restauração de 12,5 mil hectares (1 ha = 10.000 m²) da mata ciliar dos reservatórios das Usinas Hidroelétricas da porção média do Rio Tietê, região importante para a qualidade da água de cidades como Americana, Campinas, Jundiaí, Barra Bonita (sim, a eclusa que vc provavelmente adorou se foi lá com a escola) e Piracicaba. O projeto é provavelmente o maior já feito no Brasil na área de reflorestamento, e um dos maiores do mundo.
Não precisa ser um gênio da raça pra saber que o Tietê é um rio problemático e, dado o seu próprio tamanho e o de sua bacia hidrográfica, a condição de morbidez na maioria de seu curso é realmente preocupante. Cerca de um terço da poluição do rio é de origem doméstica e o resto é industrial, o que já é vergonhoso por si só. Poucas pessoas percebem, porém, que um problema tão grande quanto esse é a situação do entorno do rio. Começando pela evidente Grande São Paulo, onde 11% da população brasileira reside em 1% do território nacional: dejetos de toda sorte são lançados dia e noite no Tietê, que corta esse belo 1% de área superpopulosa, amparado por cerca de 1% de sua vegetação ciliar natural; nem toquemos no assunto da Billings!... Prática tão agressiva quanto esta, a atividade agrícola indisciplinada é das atividades que mais prejudica o rio e ocorre em toda a sua extensão, com concentração na porção média do leito. A falta quase total de mata ciliar, associada à poluição causada por indústrias - usinas, engenhos, curtumes - e pelo uso irresponsável de 'agroquímicos' compromete seriamente a qualidade da água nos reservatórios de abastecimento urbano e das usinas de energia. A partir desta simples listagem, notamos a nobreza de um projeto como esse que, além do excelente retorno econômico, visa o desenvolvimento mais justo e sustentável e contribui para reverter a triste realidade do Rio Tietê.
Caso haja protestos ou dúvidas, estou à disposição. Já parei de falar.
Abraço a todos!
vinícius ribeiro - ENGENHARIA FLORESTAL - esalq/usp
_____________________________________________________________________________________________Links:
NOTÍCIA: ESALQ assina convênio para auxiliar reflorestamento do Médio Tietê
AES-TIETÊ: http://www.aestiete.com.br/canal86.asp
Dúvidas sobre créditos de carbono (descrição simples mas boa): http://pt.wikipedia.org/wiki/Cr%C3%A9ditos_de_carbono
email Prof. Kageyama: kageyama@esalq.usp.br
Legal saber desses créditos de carbono junto ao Rio, não sabia disso, mesmo.
ResponderExcluirMuito claro o texto, não deu margens a dúvidas, não, parabéns!
Beijão