DEPUTADO ESTADUAL 3/1/2009
Pedro Bigardi não esperava perder a cadeira no Legislativo Estadual
A edição do Diário Oficial do Estado de São Paulo do último dia 1º trouxe uma notícia que surpreendeu Pedro Bigardi (PCdoB). Em vez de seu nome estar indicado para a posse da vaga de deputado estadual, que ocorrerá na próxima segunda-feira, na Assembléia Legislativa, a publicação indica que a terceira suplente Beth Sahã (PT) e o quinto suplente Carlos Neder (PT) assumirão os postos de Cido Sério (PT) e Sebastião Almeida (PT), que renunciaram às cadeiras de deputados para assumirem prefeituras no Estado de São Paulo.
Bigardi era o quarto suplente e esperava assumir a vaga que foi ocupada por Carlos Neder. "Fiquei sabendo disso ontem (dia 1º) à noite. Tudo foi feito sem nenhuma comunicação com o PCdoB. Ficamos perplexos", disse Bigardi. Para ele, não há legalidade na decisão, tomada pelo presidente da Assembléia, Vaz de Lima. "Isso tudo é muito estranho e foi feito na calada da noite."
O comunista disse que já procurou seus advogados para que as medidas cabíveis sejam tomadas. "Eu não imaginava que isso fosse acontecer, pois fiz uma reunião com o presidente da Assembléia e ele me disse que chamaria os suplentes pela ordem do TRE. Ele comentou que essa ordem não seria obedecida se houvesse algum tipo de decisão judicial", explicou. Ele destacou que, em nenhum momento, foi procurado pela Assembléia para falar sobre a possibilidade de outro suplente assumir. "Ninguém me chamou para discutir nada. Simplesmente tomaram a decisão e me deixaram sem tempo de reação."
No Diário Oficial, a justificativa sobre o fato de Bigardi não poder assumir o posto é infidelidade partidária. O documento diz que "deixa de convocar o quarto suplente em virtude da desfiliação partidária." Na época em que ganhou a eleição como suplente, o político era membro do Partido dos Trabalhadores e, em julho de 2007, filiou-se ao PCdoB. De acordo com o Diário Oficial, a informação sobre a troca de partido foi "juntada aos autos por Edson Antônio da Silva, presidente do diretório Estadual do PT."
A publicação também cita uma resolução do TRE, que destaca que "os partidos políticos têm direito de preservar a vaga obtida pelo sistema eleitoral proporcional quando houver pedido de cancelamento de filiação ou transferência do candidato eleito por um partido para uma outra legenda." Apesar de citar resoluções da lei, em nenhum momento o Diário Oficial cita que a decisão partiu do TRE.
A cerimônia de posse ocorrerá na segunda-feira, às 15 horas, no Salão Nobre da Presidência, do Palácio 9 de Julho, sede do Poder Legislativo, em São Paulo.
Bigardi foi candidato a prefeito de Jundiaí pelo PCdoB nas eleições de outubro e teve 68.461 votos, mas perdeu a eleição para Miguel Haddad (PSDB), com 98.734 votos.
LUANA DIAS
fonte: JJ
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